quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Depois de um dia cansativo, como muitos outros, aqui sentada ouvindo "Antony & The Johnons, fico pensando nas almas, perdidas como a minha, que vagam pelo mundo afora. Me pergunto se existem "siluetas" de alma iguais, ou ao menos parecidas... se é possível que haja uma pessoa capaz de compreender exatamente os sentimentos de outra... se existe meios de comunicar sentimentos de forma compreensíveis...
Solidão é sentir-se incapaz de ser compreendido não apenas pelas pessoas que nos rodeiam, mas pensar que não há uma única pessoa que perceba o mundo, que sinta a vida com as mesmas nuances. É também, não ter interesse real por nada, porque lá no fundo nada faz sentido... por ser superficial demais ou porque depois que nos aprofundamos percebemos que não existe "transcendência" na existência humana.
Por isso gostaria de acreditar em deus... não queria acreditar na banalidade da existência. Ando de um lado pro outro, de um emprego para outro, de uma relacionamento para outro, mudo até o ciclo de amigos... compro coisas caras pra depois optar pelas baratas, tomo café e de vez em quando leite, adoro praia mas campo também serve, porque no final das contas é tudo igual.
Nada disso é um real motivo pelo qual viver, e sempre me pergunto qual será este motivo.
Talvez eu pareça ingrata, mas não sou. Gosto de viver e tenho prazer com pequenas coisas, mas não tenho culpa de ter uma alma intensa e sonhadora que busca a plenitude.
Não entendo bem porque insistimos em incentivar o sonhos na infância. Este me parece um egoismo, quase que uma vingança pela inveja que têm da inocência. Para que construi-la se quem a edifica sabe que mais cedo ou mais tarde ela será brutalmente destruida>
Passamos um quarto de nossas vidas idealizando-a, e passaremos os outros três sofrendo para superar frustrações... realmente nada aqui faz sentido. Só a chuva... que começou neste exato momento, me faz mais proxima dessa tal transcedencia, e até hoje não entendi bem o porquê.
Hoje tive a oportunidade de ler um blog de um "perdido" (com todo respeito e admiração do mundo!) como eu. Reconfortante e prazeroso ler palavras que poderiam perfeitamente ter saido de mim e um alivio danado em achar que não estou tão só e que ao contrário do que pensam, nossas almas levemente tristes não estão vazias, mas sim cheias de sensibilidade com a qual ninguém se importa porque o mundo se resumiu num caos de consumismo, histeria estética... valores exlusivamente materiais.
Não, não faço parte deste universo e por isso temo a eterna solidao!
Deixarei o aspiral decrescente dos pensamentos para apreciar a chuva da janela, este momento é sublime e merece contemplação. No mais não tenho doces palavras, nem pensamentos conclusivos por hoje!
See u
"for today i´m a boy"
Antony & The Johnsons

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

esboço

Apesar do pequeno tamanho, no seu peito há dois corações que abrigam dois seres completamente diferente. São duas miniaturas, que se não fosse pela força de personalidade, nem daria pra chamar de pessoas! Dizem que parecem com fadas, ou até mesmo borboletas, que quase não diferem entre si fisicamente. No entanto são duas habitantes austeras e contrárias... Uma a figura perfeita e esculpida de uma princesa, a outra de uma delicada porém obstinada devassa. Vivem uma guerra fria, travando batalhas mudas pelo poder de governar uma única mente. Oscilando no poder, causam na pequena menina um comportamento estranho... confuso. A inquilina romantica e sonhadora, age de forma meiga e dócil se focando em encontrar aquele principe amável e gentil que a respeitará da forma que sente merecer.... Enquanto a outra usa do poder de sedução para despertar desejo e assim manipular tudo a seu favor... A gentil e delicada adoradora de cores leves e suaves, sempre vê o lado positivo da vida e tenta convecer a todos das belezas e simplicidades do mundo. Mas ai, aparece a vulgar e egocêntrica que com sua postura desaprova e contraria sua vizinha expondo a sensualidade como valor. Uma quer ter inteligência e sensibilidade como virtude, a outra o corpo e o poder. Enquanto uma sonha com família, casa com jardim e passaros ao manhacer, a outra ambiciona por luxúria: homens bonitos, dinheiro a vontade, sexo promiscuo, status. Uma é alma, a outra é aparência... e seus traços são proporcionalmente fortes e perseverantes.
Dois pequenos seres que disputam de forma acirrada uma mente complexa e confusa...
Elas não se aceitam, nem se entendem... ambas anseiam pela liderança, mas estão longe de perceber que apesar dos caminhos serem diferente, têm o mesmo objetivo... usam de diferentes artimanhas para conquistar o mesmo tesouro... o amor incondicional e verdadeiro.

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Nunca com os pés no chão..

Sente no corpo as dores da arte não expressada, do dom não manifestado. Sem habilidades para traduzir sua sensibilidade ao mundo, guarda pra si a visão delicada e assombrosa que tem da vida. Faz do toque físico uma válvula de escape pra sua alma inquieta e ardentemente pulsante. Ardente que queima e assim tenta marcar outros corpos, ao passo que transfere um pouco de sua existencia (segundo sua propria afirmação) insignificante. Sonha muito e sente-se incapaz de realizar. Dança para, como quem se livra das angústias, esvaziar sua mente das decepções. Se realiza quando, sentada frente ao espelho, se maqueia e se sente bela. Usa ornamentos onde e quando pode pra traduzir o brilho que não encontrou na sua alma. Sempre que possivel acende um cigarro e com a mesma ansia de vida quem tem, tragando a fumaça até o ponto mais profundo de seu peito, a solta admirando-a como uma peça de arte esculpida pelas proprias emoçoes. Como se tivesse a sensação de que a fumaça, somente ela, chegasse onde nada nem ninguém alcança e fosse de certa forma sua cúmplice e aliviadora pois leva consigo um pouco do peso do que carrega dentro de si. Teme a solidão. E tem postura egoísta por sentir-se incompreendida e, por temer que após adentrar seu universo particular, além de a abandonar, levem sua sanidade. Sente que ser sensível, entre os seres humanos brutalizados, é uma forma arriscada de responsabilidade e se frustra por não se encarregar bem da tarefa. Seus olhos são como porcelana que lhe proporcionam uma visao fragil do mundo (e por vezes de si mesma), incubindo-a de traduzir sua perspectiva para assim agregar algo à humanidade. Mas mantem-se inerte, presa às auto-cobranças padronificadas. Encontra-se sempre à beira de vomitar uma proeza, de obter um insight que a liberte, mas as amarras limitam sua criatividade e a transforma em dores físicas. Sintomas de todo tipo a distraem da verdade mais inegável: ela não é igual a todos. Sem qualquer conotação, (positiva ou negativa) o fato é que ela não é comum! É perceptível que ao lado de uma alegria e espontaneidade que chegam a encantar, caminha uma melancolia crônica e incompreensível. Já pelo formato de seus olhos é possivel notar a dualidade constante com que percebe as coisas... ao mesmo tempo em que se deslumbra com a dádiva da vida, se acua e sente como se de uma hora pra outra pudesse ser engolida por algo terrível. A vida, o ato de viver a fascina, mas o mundo e suas facetas a assombram. A vida é um presente; o mundo um jogo e... viver: um dom! Em contrapartida há momentos em que fica dificil entender se ela ama demais a vida e vive aterrorizada com a possibilidade de algo tirar-lhe esse direito, ou se esforça pra manter agarrada à vida para não assumir pra si mesma que não quer encará-la... ansiedade de uma jovem alma sonhadora, se perde entre tantos questionamentos. Entre as teias da juventude sofre, simplesmente por falta de experiência. Assim como um filhote, busca sua sobrevivencia imitando aos mais velhos (ou mais próximos), compreensível. Mas sua tão deseja autonomia e realização só acontecerão quando compreender que, entre os racionais (e emocionais) nem sempre encontraremos um espelho adequado... e ela chora, porque não conseguir sorrir! Não sabe se o mundo não tem nada a lhe acrescentar, ou se ela quem está vazia!
Pra ela existir é sempre assim, tão feliz quanto triste... ambos de forma, inverbalizavelmente, intensas... sente-se a um passo da loucura.
... Ela queria fazer arte.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

dura decisão!

Eu finalmente decidi tomar o comprimido!
Relutei contra isso, mas cheguei a um ponto no qual esta difícil viver. Os dias pra mim são escuros, o futuro não chegará e o presente é um constante tortura. Meu corpo pesa de cansaço e estou o tempo toda indisposta para qualquer coisa. Dias de chuva me deixam triste por estar sozinha enquanto ouço o barulho da chuva e dias ensolarados me ofendem pq eles sao sempre felizes e eu nao. Nao consigo, nao sei ao certo porque, sair e sentir o dia morno e aporveitar a luz, me esquivo. O trabalho me entendia, as pessoas me irritam. Eu me entrego de vez em quando, na esperança de encontrar alguem que queira estar ao meu lado, e me decepciono absurdamente. Saio na tentativa de me divertir, extrapolo nas medidas e a unica coisa que alcanço é uma terrivel depressao no dia seguinte. Tenho desejo mas alcanço pouco prazer...
Eis que, muitas vezes parece um caminho fácil optar por saidas sinteticas, eu mesma sempre tive esta opinião a respeito. Mas seria melhor continuar sem vontade de sair da cama> De odiar o emprego, as pessoas, o mundo inteiro porque sou infeliz> Achar o tempo todo que as pessoas vivem bem e sou a unica miserável que sofre sem motivo e que por isso nao constrói nada> Estou certa de que todas as pessoas que nao estavam ao meu lado quando precisei, julgarão minha decisao (como eu mesma faço a todo momento), mas ela está tomada.
Ficar vagando feito um zumbi no mundo, não é o que pretendo. Me entregar a entorpecentes para "aliviar" a dor de existir também nao me parece uma boa opção... sinto que tenho muito pra viver, pra fazer e que preciso apenas de um empurraozinho, por isso resolvi tentar. Não quero desistir de viver...
Não quero mais escrever linhas e linhas de sofrimentos e sentimentos melancolicos. Quero largar essa fardo de lamúrias e me entregar à vida!
second day!

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

FaBuLosa

Ela vive sempre assim... sonhando. Sem compreender como foi que aconteceu do lado de fora, simplesmente se percebeu sonhadora demais, mas não deixou de ser. De tanto sonhar com o universo criado dentro de si, perdeu o momento em que todos guardam os sonhos na gavetinha interna e seguem o caminho de realizar os desejos que mundo nos ensina a desejar.
Não tem sentido temporal, desordena futuro, passado e presente confundido seus respectivos valores e importancia... sonha com o que passou, sente mágoa por tudo que ainda não aconteceu e não conhece o significado do presente.
Assim sonhando se mantém. Sonha com céus estrelados, amanhecer exuberante. Sonha com amizades verdadeiras, com o amor que salva a alma, sonha com uma casa que tenha jardim, cerca, cachorros e crianças. Não entende bem se as crianças que brincam alegremente são seus filhos, ou... se é uma delas. Por vezes acredita-se com síndrome de Peter pan, não aceita a maturidade, porém não consegue mudar, sua essência é assim, pura e infantil. Acredita nas pessoas, ama de verdade, gosta de carinho, afagos e abraços. Grita e esperneia quando contrariada a apronta pra chamar atenção. Basta ser notada e mimada que se torna plena e alegre. Se entristece por besteiras e fica emburrada à toa. AO mesmo tempo não sente ódio, nem rancor, não julga ninguém e sempre dá uma segunda chance aos outros, menos a ela. Tem mania de tentar fazer sempre da melhor forma, e perde muito tempo por isso. Insatisfeita e persistente, luta muito pelo que almeja, enquanto deseja muito. Se não deseja mais, abandona.
Ela é pequena, tem olhos grandes e corpo infantil. Requebra bem e caminha de forma peculiar, mas gostaria de ser alva e ter beleza sofisticada. Ela admira inteligência, elegância e descrição, não acredita que possua nenhuma delas. Sem saber exatamente por que, conquista as pessoas, ainda que não se orgulhe dos os caminhos que usa. Tem mania de grandeza apesar de se subestimar e está sempre tentando entender se não tem o que deseja simplesmente porque ainda não alcançou,... porque não merece,... ou porque na verdade nada do que anseia, existe.
Ela senta na janela e observa a chuva, a lua, os prédios e sente uma agitação alegre por dentro em ouvir o barulhinho da água caindo lá fora. Um prazer simples e inexplicável. E é assim, sempre...sonhando. Seus devaneios se tornaram um lugar seguro e confortável e a afastou do universo exterior, e a menina com cara de mulher e coração a ser lapidado ,de alma ainda não encarnada, luta todos os dias pra entender que tudo no mundo real é bem diferente. Se esforça pra se adaptar e se fazer acostumar, mas sem que perceba, se pega delirando novamente. Talvez um coração puro e simples demais, talvez uma pessoa fraca para encarar as porradas da vida, talvez uma pessoa que pertença a outro planeta... o fato é que passou tempo demais esculpindo os cenários do seu universo paralelo e agora, por mais que queria, não consegue abandonar seu ateliê de fantasias.
E assim ela sofre, bastante. Se diverte e ri e canta e dançar e sente... mas sente muito, sente muita paixão, sente muita desilusão, sente muito desejo e sente muito desprezo. Tudo é muito intenso pro seu coração despreparado. Um impulso é um pulo: por vezes a faz voar, por vezes a joga contra o chão.
O mundo é grande, e ela o vê como uma selva a ser desbravada... desafiante. Desafio que excita e assusta! Vive de fábulas...
Graça ela tem, amor próprio, não!

domingo, 4 de novembro de 2007

Percebo, logo vivo!!!

O mundo é feito de muitas coisas, muitas mesmo! Mas quase sempre são pequenininhas...
Pequenas de tal forma que podemos não percebê-las. E é isso que entristece já que, viver está proporcionalmente ligado ao que estas tantas coisas podem proporcionar.
Um bar, muitas pessoas... algumas bonitas outras nem tanto, quadros, uma taça, alguns cigarros, amigos queridos, conhecidos agradáveis. Gente bem-vestida e bem humorada, encontros inusitados, sexo (bom) inesperado, abraços de matar saudade, saudades de matar um sorriso, mas que dói gostoso... Velas, carona, lugares esquisitos, música agradável, beijo molhado, quarto quente, tapete de pele de vaca, banheiro sem papel... gargalhadas espontaneas e infintas... pingos de chuva fininhos, café pra viagem, posto de gasolina com mesa de bar.
Confidências, troca de experiência eletrizante em bate papo regado a drinks... sala de estar alheia recheada de visitas estranhas... còque alto, cabelos esfoçantes, colar de gatinho, poucas moedas na bolsa, figuras exóticas que se sobressaem nos grupos, grupos onde o careta é quem se sobressae. Conversas histéricas, paredes vermelhas, vento no rosto ruborizado pelo alcool, chiclete, bala, empadas, boné preto com detalhes vermelhos, isqueiro verde que desaparece a toda hora, suco de groselha, atos gentis, trocas de ofensas, críticas construtívas...
Desejo, inveja, contemplaçao, inspiração, resignação, compreensão, admiração, descartar tudo, deixar só... a leveza de ser!
Importantes pequenas peças do quebra-cabeça onde os sonhos se realizam, as idéias se concretizam, as sensações emergem e a satisfação se solidifica. Detalhes que estapam a fotografia dos momentos em que mais um pouquinho do vida entra na gente, e em que muuuito da gente entra no mundo... intercâmbio delicioso entre a fantasia da alma e a realidade do universo.
Assim eh viver... doar sonhos ao mundo e receber dele, vida!

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Mais cedo ou mis tarde a maré entrega...

Hoje, preciso jogar a garrafa ao mar...

Necessito falar sobre coisas daqui, desse meu planeta, e não seria pra qualquer ser humano.
Não quero cumprimentos, nem conversas convencionais, nem questionamentos usais. Não estou com paciência pra jogar conversa fora, apesar de ser tão bom.
As coisas do cotidiano estão, monotonamente, correndo bem. Nada de espetácular, nem de trágico... ainda não sei se isso é bom, mas...."no news is good news".

No entanto aqui dentro da minha cabeça está tudo uma bagunça!
Ansiedade e depressão têm me deixado confusa e esquiva da vida social. Existe uma lacuna muuuito grande entre "quem eu sou", "quem o gostaria de ser" e quem "eu acho que sou"... rs... chega a ser engraçado, mas na maior parte do tempo é angustiante. Acho que essa é uma sintese modesta e honesta do que se passa aqui agora.
E para evitar o desgaste das oscilaçoes de humor, resolvi me esconder... assim não corro mais o risco de desejar intensamente a proximadade das pessoas, pra num momento seguinte, repudiá-las (intensamente também). É assim para com todos que me rodeiam, e cada vez mais frequente.
Por isso acho que mais do que desabafar, desejei dar uma satisfaçao. Já que há poucas pessoas que compreenderiam o teor do que digo (e no meu mundo ideal, vc faz parte delas), é quase uma questão de respeito (pra nao dizer afeto) me expor.
Apesar de me sentir um tanto envergonhada por "demostrar fraqueza", faz parte dos "meus projetos" (rs) agora, ser mais honesta e admitir minha vulnerabilidade. Hoje me parece uma maneira mais justa e verdadeira de conquistar pessoas: ser humana, e não mais a heroína que sempre tento (até então de forma inconsciente) ser.
Enquanto estou aqui falando de coisas tão subjetivas e sensíveis à verbalizaçao, tem algo na minha mente (maluca) dizendo pra eu me esforçar pra não ser compreendida como maníaca-depressiva... tudo isso pq as pessoas falam o tempo todo de filmes, futebol, e viagens e.... milhoes assuntos sugeridos por mídia, ou exigidos na vida acadêmica, por exemplo e eu... eu quero falar sobre coisas "indizíveis"... um pouquinhos mais profundas. So isso!!!

Bom, estava releendo o que acabei de escrever e me pareceu absurdo enviar isso pra alguém. Mas não quero me conformar que eu seja tão incompreensivel, por isso vou mandar.. Estou cansada de me condicionar a "não acreditar"!
Espero que compreenda que não são lamentações (nao sei se me expresso de forma suficientemente clara).

Seria muito bom se lesse este email enquanto a chuva ainda cai...

meus sinceros abraços,

saudades

domingo, 28 de outubro de 2007

Linha (de raciocínio) cruzada! rs

Tá certo: temos que aprender o valor do que temos a reclamar o que nao temos, concordo. Mas um colinho agora seria tãaaaaao bom! rs
Depois de altos e baixos enfim a maré está tranquila e nada seria mais reconfortante do que me sentir amada.
Sei também não que eh exclusividade minha essa indignação com os "encontros e desencontros" da vida... o mundo realmente está de ponta-cabeça no que se refere a relacionamentos! rs
Mas justamente hoje optei por ouvir Marina Lima: "Taaaaaaaaaaaaaao booom te amaaaar"!!! rs (sempre gostei, superficialmente, e nao teria escutado um cd inteiro nao fosse a bendita radio UOL...rs).
....
aaaafff... O T E M P O T O D O, tudo fala de amor.... Acho que os nossos "poetas" estão ligeiramente equivocados (ou melhor, ultrapassados) nesta formula. Nao vejo, nao sinto, nem acredito (mentira!) nessa tal amor louvado aos quatro cantos... alguem ai faz ideia de onde eles tiram essa ideia>! ahahaha
Bom, como sempre preciso de um pouco de asneiras pra relaxar e "desencanar" da ideia de que mais uma semana está por começar!
AMOR, AMOR, AMOR....
Gentem... mudem o disco!!! Ou o cd no caso!
Por isso Oh... to desligando Marina e vou ler "memorias de um subsolo" pra ver se esqueço a carência.

"vc me teeeeem facil demaaais e nao parece capaaaaaz..." ahauahauhuah

Pertencer a alguém...

Varios rostos, muitas expectativas e ansiesdade... diversos fins semelhantes.
Um capitalista gordo com espírito de velho, musico inglês com voz, corpo e rosto perfeitos...
um ator judeu egocêntrico, um lindo surfista ex-modelo e viciado, um outro modelo lindo e skatista, um hippie com rosto perfeito, cabelos de anjinhos e completamente lunático... produtor jovem e belo e anti-social....
Foram tantos... tantas paixonites, borboletas no estomago, detalhes marcantes, musicas temas, momentos únicos (e por vezes cômicos) que ficaram na memória... que de certa forma deixaram saudade, e que por algum motivos (alguns desconhecidos) nao deram certo.
Onde estará ele>!
Adoro colecionar momentos e recordar com carinho de cada um deles... mais hoje gostaria de ter mais do que uma doce recordação... uma breve passagem... um fugaz prazer!
Queria um pouquinho de cada um deles num só! Ou nao. Talvez um inovador e surpreendente, longe da minha idealizaçao e por isso mesmo apaixonante... Quero colecionar bons momentos que nao precisem ser deixados pra trás. Manias em comum, apelidos tolos, carinhos verdadeiros, sorrisos adocicados... gargalhadas espontâneas... sexo com respeito (e muuuitos beijinhos), dormir de conchinhas, ir ao supermercado, ao cinema, no hospital, dar vacina nos cachorros... todas essas coisas tolas que os casais passam a fazer juntos e que sao uma delicia. Essencialmente tolas por serem romanticas.... ou romanticas por serem tolas! rs
Tirar fotos de rostinho colado, fazer massagem, brincar de fazer cócegas, brigar no carro em dias chuvosos, passar horas ao telefone sem conseguir desligar, chorar de saudade e assim que possivel abraçar bem forte, como se fosse esmagar, so pra matar a saudade de dois dias...
Assistir filme deitados no sofa, um com a cabeça no colo do outro... ter alguem que pegue um copo dágua durante a noite e que me de remedios quando eu tiver febre.. alguem me que me faça desejar parar de fumar, que me motive, mesmo sem saber, a fazer esportes... um homem pra quem eu olhe com paixao e ternura e respeito e desejo e .... uma pessoa por quem eu passe horas me arrumando... alguem que seja manhoso e carente, e tenha senso de humor... que ache graça no meu corpo magricelo e que se apaixone por detalhes... alguem me olhe dormindo....AAAAAH!
Aquela pessoa que faz com que a gente nao se atraia por outras pessoas e extingui do vocabulario a palavra "infidelidade"...
Um companheiro pra quem eu nao tenha medo de dar o melhor de mim e que nao eu tenha duvidas que eh ele, e somente ele, que quero pra mim!
Tô cansada de me disciplinar a "não me apegar"!!!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Up side down

Quando mudamos de lugar

Sempre achei o ato de reclamar algo muito feio (mesmo exercendo bastante)... Sempre achei que colocar obstaculos no caminho, justificar, sofrer pra viver fosse algo mediocre e pequeno... e por fazer parte dessa parcela da humanidade nunca me perdooei. Nunca concordei com pessoas que recorressem a métodos sintéticos para melhorar a vida... pra mim viver, tinha de ser "na marra"!!!
Mas será que não existe mesmo o momento em que precisamos procurar aulixio>! Será que pra algumas pessoas, ou momentos, não se faz necessário admitir (apesar de muito dificil) que algo realmente está errado>!
De repente me ocorreu que a maioria das pessoas não se esforça tanto pra estar bem...elas simplesmente ESTÃO. No ônibus, na rua, nos restaurantes, na fila do cinema e até do banco, todos parecem viver com uam ingenuidade diante da vida... uma certa fé em não-sei-o-que que os sustenta. E nem têm coinscincia disso. Trabalham pra ganhar dinheiro, estudam mais pra serem promovidos... planejam a casa, a viagem... alguma realizaçao. Aos finais de semana jogam bola, vão ao cinema, assistem jogo e faustao... ou vão à mostra de cinema, teatro, bienal...
Adoro arte, sempre gostei... filmes então nem se fala. Este fds todos meus amigos vão à mostra... poxa que legal.... mas o que os motiva ir>! Vao pra que>!
É isso que está latente aqui o tempo todo... qual eh mesmo o sentido das coisas>!... e tô sempre, sempre me esforçando e justificando pra mim mesma: "vc eh jovem, todo jovem faz isso"... "vc precisa ser mais jovem, mais ligada, mais antenada..." "tem que fazer essas coisas pra vida nao passar em branco, eh mais construtivo do que dormir.."
Poxa, eu quero, eu gosto, e queria estar lá... mas nao tenho motivação. Sinto meu corpo cansado, pesado e sinto sono e preguiça e nao tenho dinheiro, e nao to afim...ah, sei la!!!
Nao, nao quero ser igual a ninguem. Nao me cobro ser uma jovem descolada... mas ate hoje espero a hora que vou encontrar algo que me motive e ate agora...
Ai penso que devo estar do outro lado. Do lado das pessoas down... das que nao têm mesmo "talento" pra vida... talvez por isso eu ame tanto o sono.
Claro que saio, que me divirto. Mas nunca de forma saudável... diurna. E seeeeeempre minha diversao vem acompanhada de ressaca, principalmente moral.
Mais um vez me vejo escrevendo (em diversos blogs que ja tive) ~sobre lamentações que milhoes de pessoas devem ter, e que os outros milhoes nao estao nem um pouco a fim de saber... mas será que nao está na hora de eu admitir que faço parte desse milhao>!
Ai como temo isso... ser uma pessoa problematica, um peso social. Será que estou sendo mediocre demais, ou preciso mesmo admitir que preciso de ajuda pra viver melhor>!
Nao busco felicidade, apenas desejo que viver nao seja uma tortura!!!!

(teclado desconfigurado > = interrogaçao)

sábado, 13 de outubro de 2007

insonia improdutiva

A resignação pela chuva...
Hoje eh ela quem me salva, me purifica, me exime da dor latente no peito! Da tristeza das coisas que nao fiz e da impunidade das que fiz. A culpa das magoas que causo e dos carinhos que sonego e que desprezo, e da agressividade que distribuo. Nao fosse pelo dom artistico que esqueci de ter, do talento pra vida que deixei escapar e do profundo abismo implantado no meu ser, eu seria capaz de amar... e ser amada. Mas nao consigo, nao dá! A minha existencia eh pequena, miúda e encolhida, não há espaço pra mais nada, nem ninguem. Ao menos a chuva... ao menos o barulho envolvente e acolhedar da agua que escorre do céu, nao me faz sentir egoista... ela cai pra todos, deliberadamente.
Não que eu não seja humana, nem insensivel... mas tentativas de interegir com o mundo e principalmente com os seres humanos não tem sido bem sucedidas...
Eu quero um abraço, um afago, um colo e alguem de quem eu possa cuidar também, mas sempre apunhalo quem se predispoe a estar ao meu lado... nunca eh "de igual para igual"... e eh apunhalo sim, pra manter todos longes de mim e nao sofrer com a realidade de que nao tenho nada a doar! Ai como isso dói... e como eu me arrependo e me canso desse meu jeito de ser!
Aaaaah, a chuva! Esperei tanto por ela, sempre espero. Ela me acalma, me tranquiliza e diminui minha solidão incuravel. A unica que pode se aproximar sem ser ferida, afinal sua unica finalidade eh essa, ser contemplada... nunca estara em desvantagem.
Ja as pessoas... as pessoas merecem muito de tudo: amor, carinho, risadas, afago, companheirismo, confiança... e eu não posso dar isso a ninguem! Então que seja assim, meu murinho protegendo o mundo e a mim, de mim mesma.
Selvagem como fogo, condenada a solidão!

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Foi-se o tempo que excesso de personalidade era motivo de orgulho. Que excentrismo era originalidade e impulso era liberdade. Acabou a era em que ser indomável eh um merito e assustar as pessoas era engraçado... hoje eu queria ser livre, mas livre de mim. Livre do exagero da minha presença, da imprevisibilidade do meu comportamento e pronta pra saborear as coisas boas que o mundo nos oferece assim... de bandeja. Vontade de ter um sorriso no rosto pra responder a tudo com ternura e encarar de forma compreensiva a essencia falha do ser. Como quero contruir um amor... edificar da maos dadas um universo imenso, de duas pessoas. Sorrir, chorar, gritar, cantar, respirar, fazer amor e abraças meus amigos... sem correr o menor risco de destruir nada!