quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Depois de um dia cansativo, como muitos outros, aqui sentada ouvindo "Antony & The Johnons, fico pensando nas almas, perdidas como a minha, que vagam pelo mundo afora. Me pergunto se existem "siluetas" de alma iguais, ou ao menos parecidas... se é possível que haja uma pessoa capaz de compreender exatamente os sentimentos de outra... se existe meios de comunicar sentimentos de forma compreensíveis...
Solidão é sentir-se incapaz de ser compreendido não apenas pelas pessoas que nos rodeiam, mas pensar que não há uma única pessoa que perceba o mundo, que sinta a vida com as mesmas nuances. É também, não ter interesse real por nada, porque lá no fundo nada faz sentido... por ser superficial demais ou porque depois que nos aprofundamos percebemos que não existe "transcendência" na existência humana.
Por isso gostaria de acreditar em deus... não queria acreditar na banalidade da existência. Ando de um lado pro outro, de um emprego para outro, de uma relacionamento para outro, mudo até o ciclo de amigos... compro coisas caras pra depois optar pelas baratas, tomo café e de vez em quando leite, adoro praia mas campo também serve, porque no final das contas é tudo igual.
Nada disso é um real motivo pelo qual viver, e sempre me pergunto qual será este motivo.
Talvez eu pareça ingrata, mas não sou. Gosto de viver e tenho prazer com pequenas coisas, mas não tenho culpa de ter uma alma intensa e sonhadora que busca a plenitude.
Não entendo bem porque insistimos em incentivar o sonhos na infância. Este me parece um egoismo, quase que uma vingança pela inveja que têm da inocência. Para que construi-la se quem a edifica sabe que mais cedo ou mais tarde ela será brutalmente destruida>
Passamos um quarto de nossas vidas idealizando-a, e passaremos os outros três sofrendo para superar frustrações... realmente nada aqui faz sentido. Só a chuva... que começou neste exato momento, me faz mais proxima dessa tal transcedencia, e até hoje não entendi bem o porquê.
Hoje tive a oportunidade de ler um blog de um "perdido" (com todo respeito e admiração do mundo!) como eu. Reconfortante e prazeroso ler palavras que poderiam perfeitamente ter saido de mim e um alivio danado em achar que não estou tão só e que ao contrário do que pensam, nossas almas levemente tristes não estão vazias, mas sim cheias de sensibilidade com a qual ninguém se importa porque o mundo se resumiu num caos de consumismo, histeria estética... valores exlusivamente materiais.
Não, não faço parte deste universo e por isso temo a eterna solidao!
Deixarei o aspiral decrescente dos pensamentos para apreciar a chuva da janela, este momento é sublime e merece contemplação. No mais não tenho doces palavras, nem pensamentos conclusivos por hoje!
See u
"for today i´m a boy"
Antony & The Johnsons

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

esboço

Apesar do pequeno tamanho, no seu peito há dois corações que abrigam dois seres completamente diferente. São duas miniaturas, que se não fosse pela força de personalidade, nem daria pra chamar de pessoas! Dizem que parecem com fadas, ou até mesmo borboletas, que quase não diferem entre si fisicamente. No entanto são duas habitantes austeras e contrárias... Uma a figura perfeita e esculpida de uma princesa, a outra de uma delicada porém obstinada devassa. Vivem uma guerra fria, travando batalhas mudas pelo poder de governar uma única mente. Oscilando no poder, causam na pequena menina um comportamento estranho... confuso. A inquilina romantica e sonhadora, age de forma meiga e dócil se focando em encontrar aquele principe amável e gentil que a respeitará da forma que sente merecer.... Enquanto a outra usa do poder de sedução para despertar desejo e assim manipular tudo a seu favor... A gentil e delicada adoradora de cores leves e suaves, sempre vê o lado positivo da vida e tenta convecer a todos das belezas e simplicidades do mundo. Mas ai, aparece a vulgar e egocêntrica que com sua postura desaprova e contraria sua vizinha expondo a sensualidade como valor. Uma quer ter inteligência e sensibilidade como virtude, a outra o corpo e o poder. Enquanto uma sonha com família, casa com jardim e passaros ao manhacer, a outra ambiciona por luxúria: homens bonitos, dinheiro a vontade, sexo promiscuo, status. Uma é alma, a outra é aparência... e seus traços são proporcionalmente fortes e perseverantes.
Dois pequenos seres que disputam de forma acirrada uma mente complexa e confusa...
Elas não se aceitam, nem se entendem... ambas anseiam pela liderança, mas estão longe de perceber que apesar dos caminhos serem diferente, têm o mesmo objetivo... usam de diferentes artimanhas para conquistar o mesmo tesouro... o amor incondicional e verdadeiro.